quarta-feira, 8 de maio de 2013

Depois Do Fim - Ringo Starr

Mesmo depois do fim da banda, em 1970, Ringo continuou amigo dos outros três membros - pelo menos, na medida do possível. Tanto é que a tradição que McCartney, Lennon e Harrison tinham de enviar cartões postais ao baterista colecionador continuou por alguns anos depois da traumática separação, dando anos mais tarde origem ao livro "Postcards From The Boys". Embora seu casamento, em 81, com a atriz Barbara Bach (a bond girl do filme "007: O Espião Que Me Amava") tenha lhe dado a esperança de talvez começar uma carreira no cinema - ele esteve em filmes diversos como "Mande Lembranças Para Broad Street" (84), "O Homem das Cavernas" (81), "Lisztomania" (75) e no clássico "200 Motels" (71), ao lado de Frank Zappa e Keith Moon, batera do The Who - o negócio de Starr era mesmo a música. Ainda bem, só para constar, já que como ator ele é um excelente cozinheiro.

 Sua incursão na carreira solo não foi das mais fáceis, é preciso admitir. Seus talentos como compositor e letrista sempre foram muito limitados se comparados com os de seus ex-colegas de banda. E portanto, era de se esperar que, apesar de lançar praticamente um LP por ano no começo de sua discografia, Starr sempre contasse com diversas participações especiais do calibre de Elton John, Eric Clapton, David Gilmour (Pink Floyd) e obviamente de Lennon, McCartney e Harrison (devidamente separados, é bom que se diga).

 As tentativas de Ringo Starr no universo musical foram muitas, e boa parte delas absolutamente detonadas de maneira impiedosa pela crítica musical. Em "Beaucoups of Blues" (70), por exemplo, ele fez uma jornada rumo ao country, de Nashville. Já em "Ringo The 4th" (77), a idéia foi flertar com o soul e a disco music que estavam em alta na época. Com "I Wanna Be Santa Claus" (99), ele tentou as canções natalinas. E em bolachas como "Ringo's Rotogravure" (76) e "Bad Boy" (78), o ex-beatle rendeu-se de vez ao pop rasgado. Mas nada disso surtiu efeito. Somente como o auto-intitulado "Ringo", de 73, é que o baterista encontrou a sua verdadeira identidade musical pós-Beatles: um rock divertido, sem compromissos, bem-humorado, e abordando temas leves, sorridentes e de bem com a vida. Exatamente como o próprio Ringo, aliás. Seus três últimos álbuns de inéditas, incluindo o recente "Choose Love", vêm seguindo esta fórmula. E para um dos ídolos de Marge Simpson, parece mesmo que "em time que está ganhando não se mexe

Além do retorno aos palcos, as últimas novidades sobre Ringo Starr incluem a vaga no "Percussive Hall of Fame", ao lado de nomes consagrados como Gene Krupa, Tito Puente e o lendário Buddy Rich, e também os planos para estrelar uma animação "super-heroística" produzida por ninguém menos que Stan Lee - a mente criadora por trás de personagens como o Homem-Aranha, o Incrível Hulk e os X-Men

Para saber um pouco mais a respeito de Ringo Starr e seu dia-a-dia, basta acessar o seu site oficial: www.ringostarr.com. A página é atualizada pessoalmente pelo próprio Ringo, que disponibiliza galerias de fotos de suas estripulias como artista plástico, vídeos de suas mais recentes atividades e uma área de notícias para os fãs. Ele pode não ser tão "popstar" quando McCartney, afinal de contas. Mas ainda assim, é um beatle. E o mais engraçado dos quatro.



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