domingo, 13 de maio de 2012

Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band - 1967

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Eles iniciaram como The Quarry Men. Eles tentaram como Johnny and the Moondogs. Eles se apresentaram como Silver Beetles. Mas Paul McCartney, Ringo Star, George Harrison e John Lennon foram reconhecidos mundialmente como The Beatles, o maior fenômeno musical do século.

Já faziam quase 4 anos desde a histórica apresentação no Cavern Club e a banda já não era tão ingênua, nem suas canções eram tão “alegrinhas”. Aliás, era o ano de 67 e tanto Londres quanto São Francisco viviam o auge da psicodelia e do amor livre. Foi neste contexto que os Beatles lançaram em 06/67, Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band.

O álbum já começava diferente pela capa, uma montagem de fotos de personagens que iam de Aleister Crowley (mágico e místico, morava em um castelo onde hoje mora Jimmy Page) a Stuart Sutcliffe (tocou baixo com a banda no comecinho) a Bob Dylan  (quem lhes ofereceu o primeiro baseado). Outro detalhe marcante do disco é a produção de George Martin, o quinto Beatle... o álbum todo tem a digital dele.
Vários clássicos estão no álbum, como a faixa título (e sua reprise) e Lucy In The Sky With Diamonds. Também vale destacar Getting Better, a circense Being For The Benefit Of Mr. Kite e a música cantada por Ringo, With A Little Help From My Friends. O trabalho é fechado com a balada A Day In The Life, também presente em qualquer coletânea que se preze.

Nada pesado como Hendrix, mas retrata bem o período de amadurecimento da banda. Nota 10!

Durante a gravação de Sgt. Pepper nos estúdios Abbey Road, uma banda nova gravava seu primeiro álbum, fazendo um som bem experimentalista (maluco mesmo), característica da época... o play viria a se chamar Piper At The Gates Of Dawn. O líder da banda, Syd Barret. E a banda, Pink Floyd.

Dizem por aí que Brian Wilson (líder dos Beach Boys) ouviu Rubber Soul e ficou maluco com o som tirado pelos Beatles. Combinando o som dessa obra com a influência das produções do Phil Spector, Brian e banda se trancaram no estúdio e lançaram Pet Sounds. Aí, Paul McCartney ouviu Pet Sounds e ficou doidão. Entrou no estúdio com um tal de Lennon e mais dois (três, tinha o George Martin) e fizeram Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band. Em resumo: Rubber Soul “inspirou” Pet Sounds, que “inspirou” Sgt. Pepper's.

O ambiente dentro da banda na época de gravação de Sgt. Pepper não era dos melhores... já não mais compunham juntos, apenas mostravam as canções feitas um para o outro no estúdio.


Esboço desenhado por Peter Blake
A idéia inicial para a capa veio de Paul McCartney que desenhou em um pedaço de papel uma multidão em uma praça para assistirem Sgt. Pepper e sua banda receberem do prefeito uma copa ou troféu. Paul contou sua idéia para Robert Frazer que o levou para conhecer Peter Blake, um dos artistas pioneiros e fundadores do Movimento Pop Art. Peter então fez o seu desenho, mudando ligeiramente o conceito inicial, que iria mudar mais até se tornar a capa como nós a conhecemos.
 
Nessa primeira reunião entre Blake, Frazer e McCartney, nasceu a idéia da banda escolher a galeria de pessoas a serem representados na capa. Paul então levanta a proposta com os demais Beatles, sugerindo que todos relacionassem nomes de pessoas que admiram e que gostariam de ver na capa.
Quem escolheu as figuras presentes na capa?

John Lennon: Algumas das escolhas de John para serem homenageados na capa foram apenas para ser atrevido. Entre estes podemos citar Mahatma Gandhi, Adolf Hitler, Jesus Cristo e o Marquês de Sade, os dois últimos jamais chegando à arte final. Brigitte Bardot, Lord Buckley, James Joyce e Friedrich Nietzsche também acabariam de fora. Suas opções entre os homenageados presentes são Lenny Bruce, Aleister Crowley, Dylan Thomas, Oscar Wilde, Edgar Allen Poe e Lewis Carroll.

George Harrison: A sua lista só inclui gurus indianos. São eles Sri Mahavatara Babaji (entre William Burroughs e Stan Laurel), Sri Yukteswar Giri (ao lado de Aleister Crowley), Sri Lahiri Mahasaya (entre Albert Stubbins e Lewis Carroll), e Paramahansa Yogananda (ao lado de H.G. Wells).

Ringo Starr: Com seus pensamentos mais voltado para casa, Ringo não se interessou em escolher ninguém para o mural, porém apoiou as escolhas feitas pelos demais.

Paul McCartney: Embora nem todos de sua lista acabassem na arte final, Paul relaciona suas opções como sendo Brigitte Bardot, William Burroughs, Robert Pell, Karlheinz Stockhausen, Aldous Hexley, H.G. Wells, Albert Einstein, Carl Jung, Aubrey Beardsley, Alfred Jarry, Tom Mix, Johnny Weissmuller, Rene Magritte, Tyrone Power, Karl Marx, Richmal Crompton, Dick Barton, Tommy Handley, Albert Stubbins e Fred Astaire.

Peter Blake e Jane Haworth: O casal de artistas contribuiu com as presenças de W.C. Fields, Tony Curtis, Dion DiMucci, Bobby Breen, Shirley Temple, Sonny Liston, Johnny Weissmuller, e H.C. Westerman.

Robert Frazer: Entre os homenageados na capa, estão lá por sua escolha Terry Southern, Wally Berman e Richard Lindner.




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