terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Brian Epstein

Um certo Brian Epstein, ator frustrado, decorador frustrado, pintor
frustrado, 27 anos, proprietário e administrador meticuloso da cadeia de lojas NEMS, de discos e eletrodomésticos. Brian tem um hobby, uma mania: não deixar nenhum freguês sem atendimento. E não deixar sem rigorosa verificação cada pedido. "Eu achava que, se mais de três pessoas pediam um disco, é porque devia valer algo." Para cada pedido, ele amarrava um barbante num quadro de avisos. E um dia percebeu que já tinha mais de 10 barbantes ligados ao nome Beatles e ao disco "My Bonnie", da Polydor alemã. Só que ele não tinha a menor idéia que diabo era aquilo (apesar de ter uma coluna de indicação de discos no Mersey Beat. Liverpool já tinha suas maracutaias, como se pode ver).

Por isso, um dia, o sofisticado Brian, vai ao Cavern Club. E fica fascinado. "Não eram muito arrumados, nem muito limpos. Fumavam, comiam e viraram as costas no palco. Mas era evidente
que havia uma enorme excitação. Eles irradiavam um magnetismo
pessoal." "Brian adorava lugares sujos, barra pesada", diz seu amigo Nat Weiss. "E é claro que ele era homossexual. Acho mesmo
que este foi o motivo principal para ele querer empresariar os Beatles. Ele se sentiu atraído por John, desde a primeira vez que o
viu. Brian era a única pessoa que dominava John". E pode ter havido outro motivo: "Eu morria de tédio e frustração. Estava procurando um hobby. Os Beatles me pareceram uma saída. E eles
também estavam cheios de Liverpool, queriam se expandir."

Mais uma vez, um encontro de forças exatas, como costuma acontecer. Em dezembro de 1961, um acordo é selado entre Brian e
os Beatles. Foi uma decisão demorada, do lado dos Beatles. Eles não estavam prontos, diziam. Mas um dia John entrou pela loja de
Brian: "Está certo, Brian emprese-nos." O contrato só foi assinado
pelos quatro, não por Brian. E este fundou uma empresa, a NEMS





Enterprises, para administrá-los. E começou a batalha.

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