Nos meados dos anos cinquenta, o mundo acorda do pós-guerra, os meios de comunicação como a TV e o rádio, dão mostras do seu duplo poder recém-descoberto: por um lado a possibilidade de se passar qualquer fronteira física entre países e continentes, línguas e culturas para unir o mundo, e por outro lado o quase sinistro poder da massificação universal.
Os jovens de então, logicamente, só compreendiam que o mundo era grande e amplo e capaz de lhes dar diversões e passatempos novos, um deles, bem sedutor, chamava-se Rock And Roll e vinha da América. Em 1956, "Heartbreak Hotel" de Elvis Presley foi sucesso em meio mundo e muitos adolescentes sonhavam em ser também igual a este novo herói de brilhantina e atrevimento.
Em Liverpool, Inglaterra, vivia um rapaz chamado John Lennon. Estudante do Quarry Bank School, rebelde, sem interesse algum nas aulas, que demosntrava pouco respeito pela autoridade, com uma imagem de Teddy Boy de calças apertadas e jaqueta de couro para o horror da sua tia Mimi, que foi quem o criou depois que seus pais se separaram quando ele tinha apenas 7 anos. Elvis, era o seu ídolo, mas foi o som denominado Skiffle, representado por Lonnie Donegan e por seu sucesso "Rock Island Line", música básica que podia ser executada com tábuas de esfregar roupa, gaita e contrabaixo feito com caixa de chá que John vislumbrou a possibilidade de formar um grupo. Quando por fim, lhe caiu uma guitarra nas mãos, a euforia juvenil de John levou-o a organizar um grupo de Skiffle, junto com seu amigo inseparável Pete Shotton; se denominaram "The Quarrymen", e conheceram diversos rapazes interessados em fazer parte do grupo, até que no verão de 1957 através de um amigo de John, lhe foi apresentado um outro garoto que formaria com ele anos depois uma das maiores e bem mais sucedidas dupla de compositores da história da música pop: James Paul McCartney.
Em poucos meses, John e Paul tornaram-se quase inseparáveis, com Paul ensinando a John muitos acordes novos de guitarra. No final do ano Paul apresentou a John um colega seu de escola: George Harrison.
Os Quarrymen com John, Paul, George e quem mais aparecesse nessa época trocam o Skiffle por um genuíno Rock And Roll.
No inverno de 1957 surge um novo ídolo nos Estados Unidos, Buddy Holly, e o seu grupo,The Crickets. Buddy Holly escrevia e tocava suas próprias músicas. Foi o estímulo necessário, para que Lennon e McCartney começassem a compor as suas próprias canções. Ao mesmo tempo, os Quarrymen passam a se chamar "Johnny And The Moondogs", e é nesta época que um novo membro entra para o grupo, Stuart Stucliffe, colega de John no Art College que foi convencido a usar o dinheiro ganho na venda de um de seus quadros, na compra de um contrabaixo no valor de 65 libras. Stu não tinha a menor intenção de se tornar um músico, e nem era nada talentoso. Acabou saindo do grupo anos depois e fazendo Paul assumir a função de baixista.
Os bateristas se sucediam, até que numa maré de mudanças, surge Pete Best e com ele incorporado no grupo, fazem uma série de apresentações, tocando quase que diariamente em pequenos clubes de Liverpool, até que em agosto, o dono do clube Jacaranda lhes oferece a oportunidade de viajarem até Hamburgo, para se apresentarem diariamente no clube Kaiserkeller, onde depois de intermináveis sessões de quase 8 horas diante de marines americanos e fanáticos alemães fãs de rock, conhecem algumas pessoas que seriam importantes no futuro do grupo. Pessoas como Klaus Voorman, amigo e colaborador em diversos discos da carreira solo de John, George e Ringo, e a fotógrafa Astrid Kirchhen, que foi a responsável pela saída de Stu do grupo e a criadora do corte de cabelo que foi importantíssimo na criação da imagem dos Beatles.
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